Poucas pessoas entendem bem como é formada a Bitcoin, mas mesmo assim a criptomoeda está a entrar na moda.
Muitas empresas investem nas companhias cujo negócio é relacionado com a criptomeda, tais como a American Express (NYSE: AXP), Bain Capital, Deloitte, Goldman Sachs (NYSE: GS), MasterCard (NYSE: MA), New York Life Insurance Company e New York Stock Exchange.
No geral, as startups de Bitcoin já atraíram cerca de mil milhões de dólares. Os bancos não compram a moeda, mas investem nas tecnologias que servem de base para a Bitcoin. Estas tecnologias podem mudar todo o sistema das transações financeiras: as operações com ações, transações pessoais, pagamento de salário etc.
A rede Bitcoin baseia-se num sistema incrível chamado “blockchain” (cadeia de blocos). É um software que permite confirmar todos os acordos de Bitcoin no mundo, e é isso que atrai os bancos e as empresas tecnológicas.
Em princípio é um registo perfeito. Cada computador da rede Bitcoin tem uma cópia do registo. Um novo bloco de operações é adicionado nos computadores a cada poucos minutos, e é adicionado de forma que não se pode cambiar dados antigos. É um método muito eficaz de prevenir uma fraude.
Isto é muito diferente do modo como os bancos funcionam, onde os registos são centralizados. Se um malfeitor penetrar no sistema bancário, pode falsificar os dados. Já com o uso de “blockchain” o registo de uma transação é replicado em muitos computadores, e qualquer falsificação será identificada facilmente.
Tal sistema pode ser aplicado de várias formas, por exemplo, o NASDAQ visa criar um sistema mais seguro e efetivo de negociação das ações. A empresa DocuSign que trata dos contratos eletrónicos acabou de apresentar um projeto que irá deixar aperfeiçoar o sistema de locação de veículos, especialmente, diminuir a quantidade dos documentos necessários.
Na semana que vem, a Microsoft (NASDAQ: MSFT) vai apresentar um projeto de “acordos inteligentes” com base na tecnologia de blockchain. O seu parceiro será a empresa Ethereum, um projeto de cadeias de blocos que não é relacionado diretamente com a Bitcoin, mas usa a mesma tecnologia. A Microsoft pretende dar apoio a tal sistema no seu serviço de armazamento na nuvem Azure.
Entretanto, a ideia de introduzir as cadeias de blocos tornou-se tão popular que as empresas criam sistemas semelhantes para usá-los dentro dos seus escritórios. A startup BlockCypher na Califórnia realiza tais projetos por encomenda.
Entre outras empresas principais nesta área pode-se destacar a Chain que também ajuda várias organizações a tirar proveito desta nova tecnologia. Neste ano, a startup ganhou 30 milhões de dólares de investimentos de tais participantes do mercado como a Capital One, Citi Ventures, Visa etc.
O apetite tornou-se mais óbvio na semana passada: segundo uma sondagem da Capital One, um em cada cinco participantes da conferência mundial financeira Money2020 acha que dentro de alguns anos a tecnologia Bitcoin terá um impacto notável no mercado de serviços financeiros.
O que é que está a provocar a onda de investimentos na tecnologia? Acontece que os grandes bancos e fundos de capital de risco finalmente passaram a aplicar a tecnologia em vez de a achar perigosa.
Claro que a Bitcoin tem algumas características que não são muito compatíveis com o sistema existente. É uma moeda totalmente digital. Não pertence a nenhum país. Nenhum governo do mundo a reconheceu como um meio de pagamento legal. Afinal de contas, nasceu na internet de uma maneira anónima.
Mas a tecnologia está a avançar mais além dos seus devotos iniciais, libertários militantes que detestam os bancos centrais.
Agora é a vez dos investidores. Na semana passada ocorreu o lançamento da empresa Digital Currency Group que afirma ter o maior “portefólio de investimentos na fase inicial da startup na área das moedas digitais e tecnologias de cadeias de blocos”. É dirigida por Barry Silbert, um empreendedor que se especializa em criar os mercados para elementos difíceis de negociar. A empresa foi lançada com a ajuda financeira da Bain Capital, MasterCard e outros.
Segundo a avaliação de fundos de capital de risco, os investimentos de Silbert aumentaram o montante geral de investimentos para mil milhões de dólares.
Will O'Brien, consultor estratégico principal da empresa de capital de risco Blockchain Capital, afirmou:
“Isto indica um reconhecimento amplo de que a cadeia de blocos é de grande importância para as inovações financeiras. Os primeiros dias de descartar a Bitcoin como uma pirâmide financeira já ficaram para trás.”
É por isso que para a Bitcoin, ter atingido $1151 há dois anos atrás e hoje custar $328 não importa muito. A tecnologia veio para ficar.