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O novo governo da Indonésia representa uma nova geração de líderes reformistas, fãs de novas tecnologias e empenhados em enfrentar interesses setários

Thomas Lembong, o novo ministro do comércio da Indonésia é um fã de gadgets. Ele usa WhatsApp e adora o seu iPhone. Mas há outra dimensão para isto.

“Eu partilhei com a equipa [detentora da WhatsApp] no Facebook que eu dirijo o meu ministério com a WhatsApp” diz Lembong, que falou no palco na “Tech in Asia Jakarta 2015”. Recentemente o ministro fez uma viagem a Silicon Valley para por a Indonésia em contacto com as grandes empresas tecnológicas.

“Ficaram pasmados. Disse-lhes que a apreciava a encriptação fim-a-fim na WhatsApp. Disse o mesmo na Apple,” acrescenta o ministro. A encriptação fim-a-fim mistura mensagens enviadas pela internet, prevenindo que as mesmas sejam intercetadas por hackers.

“Ser um reformista pode ser um pouco intimidante. Você está a atacar interesses estabelecidos. Está a ir contra as máfias. Muitas das nossas indústrias sofrem de oligopólio e comportamento estilo cartel. Essas pessoas contra-atacam.”

Problemas de desempenho

Lembong, um antigo bancário e executivo de equidade privada, está a trabalhar com o novo presidente reformista da Indonésia, Joko Widodo (popularmente chamado de “Jokowi”) para apoiar a economia e trazer investimentos para o país.

Jokowi, à frente do executivo há pouco mais de um ano, está a fazer face a uma pressão imensa para apresentar resultados.

A taxa de aprovação caiu para menos de 50%. A economia da Indonésia está estagnada e a rupia está a afundar. Muitos questionam o seu compromisso no sentido de abrir a economia, citando como as tarifas têm subido.

Jokowi. AP Photo/Wong Maye-E

Um homem de negócios sem conexões políticas ou militares, Jokowi representa um cortar atípico com o passado, apesar de ter que enfrentar realidades duras. Tem que lidar com uma oposição parlamentar estridente, que em larga medida permanece fiel ao seu oponente, general Prabowo Subianto. As políticas que Jokowi tem adotado demorarão a surtir efeito devido à imensa burocracia envolvida.

Defendendo Jokowi perante uma audiência expectante, Lembong aconselha à paciência com o seu carisma persuasivo. Fala num tom ameno, como se estivesse a conversar com um amigo num café em vez de ser com uma multidão num evento político.

Ele realça reformas que estão já a ser levadas a cabo pela administração de Jokowi, dando enfase ao facto de que serão necessários três ou quatro anos para que as mesmas provoquem alterações significativas.

O governo do país está a alterar 89 regulamentações para que se torne mais fácil fazer negócios no país.

Englobado nesse programa está o objetivo de reverter leis que requerem que as empresas de internet tenham servidores no país, e que dificultam o investimento direto estrangeiro nas empresas de comércio eletrónico.

Mais recentemente Jokowi anunciou que a Indonésia se iria juntar à Parceria Trans-Pacífico (TPP), um acordo de comércio que almeja aumentar o comércio entre os países membros.

O acordo atraiu controvérsia ao fazer com que as leis de direitos de autor se tornassem ainda mais favoráveis para os incumbentes, e permitindo que empresas processassem governos por infringir a TPP. Contudo, Lembong acredita que a TPP irá beneficiar a Indonésia em termos gerais por reduzir o protecionismo e abrir o país a investidores estrangeiros.

Eis o que Jokowi disse à CNBC: “Este é o primeiro ano. Se fosse uma casa estas seriam apenas as fundações. Não me pergunte ainda pelo telhado ou pelas paredes. É disso que tratarei no segundo ano, no terceiro, no quarto ou no quinto.”

A próxima geração

Muitos estão preocupados que as reformas de Jokowi não passem para além desta administração, que no máximo durará 10 anos, caso Jokowi cumpra dois mandatos. Contudo, Lembong acredita que o país está a mover-se irreversivelmente em direção à abertura. De facto, há uma série de boas políticas do anterior governo que Jokowi reativou ou continuou.

“Jokowi representa a nova geração de líderes. (…) No meu próprio ministério surpreendi-me com o número de pessoas que se estão a reformar. Há muitas pessoas a reformarem-se e agora teremos que fazer uma série de promoções internamente. O ímpeto geral, a direção geral, irá continuar por causa disso. Estamos a render a guarda, a executar a substituição de gerações” afirma o ministro.

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