Investidores de Israel e Cazaquistão criaram smartphone de luxo que oferece segurança de nível militar e proteção cibernética de alto nível para “elite internacional”
Os modelos mais básicos da gama de telemóveis Solarin irão custar pelo menos 9.500 libras (aproximadamente 12.300 euros), colocando-os ao nível de outras marcas de smartphones de ponta, como a Vertu. Tratam-se de dispositivos que oferecem maior privacidade e software para proteção face a ameaças.
A empresa por detrás dos telemóveis, a Sirin Labs, reuniu 72 milhões de dólares em financiamento para lançar a sua primeira linha de telemóveis, que tem estado em desenvolvimento desde há mais de dois anos. O telemóvel será lançado no próximo mês a partir do Reino Unido.
Moshe Hogeg, capitalista de risco de Israel que fundou a empresa, avançou que o seu dispositivo será muito diferente dos telemóveis “joias” – com um foco na qualidade do hardware e na tecnologia por detrás da sua segurança.
A Sirin foi fundada por Hogeg, Kenges Rakishev – empresário do Cazaquistão – e Tal Cohen – antigo consultor da McKinsey. Foi reunido investimento adicional da RenRen, uma empresa de serviços de internet chinesa.
A empresa avançou que o telemóvel será indicado para indivíduos envolvidos em negócios internacionais que lidam com considerável informação confidencial.
O dispositivo dispõe de proteção contra ameaças, para responder a ataques cibernéticos, bem como de tecnologia de privacidade “atualmente não disponível [para o consumidor comum]”.
O sistema de encriptação KoolSpan é utilizado por militares para proteger as suas comunicações e é ativado por um interruptor de segurança na parte de trás do dispositivo. Este “modo protegido” permite a realização de chamadas e o envio de mensagens encriptadas.
Cohen avançou:
“Os ataques cibernéticos são endémicos em todo o mundo. Esta tendência está a aumentar. Apenas um ataque poderá prejudicar gravemente a reputação e finanças [de uma empresa].”
Acrescentou que o potencial mercado inclui dezenas de milhões de pessoas, dada a dimensão das vendas globais de smartphones.
De acordo com Cohen:
“Não se trata de um telemóvel ostentoso. Trata-se de um telemóvel discreto para pessoas de negócios. (...) Todas as empresas têm um pequeno grupo de executivos com informação altamente confidencial. Adicione os gestores de fundos de cobertura, os traders e por aí fora... E também indivíduos de alto perfil [tais como celebridades].”
Cohen avançou que a empresa se encontra também a considerar outros produtos, como tablets.
Já existem smartphones cujas marcas afirmam que protegem a privacidade, tal como o Blackphone que utiliza uma versão modificada do sistema operativo Android, da Google, com um pacote de ferramentas de segurança.
No entanto, a gama Solarin tem um foco adicional no design de luxo. O telemóvel utiliza o sistema operativo Android, uma câmara de 23,8 megapixels e um ecrã com resolução de 2K. O telemóvel, de titânio e metal, utiliza Gorilla Glass para proteger o ecrã curvo e a lente da câmara, com um painel de couro à volta.
Ainda de acordo com Cohen:
“Excecionais capacidades de áudio e vídeo que vão ao encontro dos desejos do nosso público-alvo.”
Ben Wood, analista da CCS Insight, avançou que o mercado global para smartphones ultra-caros é relativamente pequeno.
“Num mercado global onde 1,5 mil milhões de smarphones serão vendidos este ano haverá sempre uma oportunidade ‘de cauda longa’ para vender um dispositivo muito exclusivo. (...) No entanto, tal como a Vertu já concluiu, o fascínio pelo iPhone continua a atrair até mesmo os utilizadores mais afortunados, limitando a oportunidade de mercado.
Contudo, Wood acrescentou que o software de segurança poderá fornecer vantagem:
“Parece existir um pequeno número de utilizadores dispostos a pagar um valor significativo por um smartphone bastante seguro – no entanto, mesmo com a encriptação e outras medidas de segurança, haverá sempre rasto digital do utilizador.”
A equipa de design foi liderada por Fredrik Oijer, antigo diretor de produto da Sony Mobile, em Tel Aviv e na Suécia, enquanto as vendas e marketing estão centradas no Reino Unido.