Irá o Workplace da Facebook destronar o Slack?
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O Slack é uma rede social profissional que substitui o e-mail tradicional por salas de chat e mensagens privadas

A Facebook (NASDAQ: FB) propôs a todas as empresas e organizações que experimentassem o Workplace, a plataforma de trabalho em rede da multinacional, anteriormente conhecida como Facebook at Work. Nos últimos anos, o serviço tinha sido testado apenas com um número restrito de organizações.

A Facebook alega que mais de 1.000 organizações de todo o mundo usam o Workplace e que a plataforma alberga mais de 100 mil grupos. Entre os seus clientes se contam multinacionais como a Starbucks (NASDAQ: SBUX), ONG como a Oxfam e líderes regionais como o YES Bank indiano. A empresa afirma que a Índia, os Estados Unidos, a Noruega, o Reino Unido e França são os principais mercados da plataforma.

A entrada da Facebook no mercado das redes sociais para empresas alarmou os investidores do LinkedIn (NYSE: LNKD), que foi comprado recentemente pela Microsoft (NASDAQ: MSFT) por 26,2 bilhões de dólares. O Slack pode também se sentir “ameaçado”. Trata-se de uma start-up de mensagens móveis em rápido crescimento, que no ano passado foi avaliada em 3,8 bilhões de dólares.

O que é o Slack?

O Slack substitui o e-mail tradicional por salas de chat e mensagens privadas. Conta com chatbots (programas de computador que simulam conversas humanas), que ajudam a organizar os dados da empresa, e podem ser integradas vários aplicativos na plataforma. O Slack é uma plataforma freemium (de base gratuita, mas com alguns serviços premium). Os seus serviços pagos permitem a pesquisa ilimitada de mensagens, a integração ilimitada de aplicativos, mais armazenamento na nuvem para os membros e mais segurança, entre outros benefícios.

O Slack alega ter registado três milhões de usuários diários em maio – o triplo dos usuários que tivera no início do ano. Quase um terço desses usuários pagam o serviço. O programa espera gerar 64 milhões de dólares este ano, mais do dobro da expectativa para o ano passado, 30 milhões. Este forte crescimento parece revelar estabilidade mas o Slack é ainda pouco rentável.

Os seus principais investidores são empresas de capital de risco como a Andreessen Horowitz, a Social Capital, a Accel, a Spark Growth e a filial de capital de risco da Comcast. Em dezembro de 2015, o Slack lançou um fundo de investimento de 80 milhões de dólares para que várias empresas investissem em aplicativos, como os chatbots, que podem ser integradas na plataforma.

O Facebook é uma grande ameaça?

O Facebook é, no entanto, o Golias e o Slack é o David. Com 1.700 milhões de usuários diários por todo o mundo no último trimestre e 50 milhões de páginas de empresas no final de 2015, o Facebook pode fazer com que o Slack se torne obsoleto. A rede social está aperfeiçoando todos os serviços que nos são familiares – o feed de notícias, os grupos, os vídeos em direto, as reações, a pesquisa e o separador Populares – para que compitam com plataformas como o Slack. Para muitos usuários, esta familiaridade pode tornar o Workplace mais fácil de usar do que o Slack.

Assim como o Slack, o Facebook também investe em chatbots, que muitas empresas já usam no Messenger. O Workplace também presta serviços a empresas, como a autenticação de usuários, um painel analítico e fornecedores de identidade que ajudam as empresas a integrar a plataforma nos seus sistemas informáticos. O Facebook criou recentemente uma nova funcionalidade: grupos multiempresas, que permite aos colaboradores de várias empresas uma colaboração em ambiente seguro.

Está também reunindo uma frente de combate através do seu Programa de Parceiros Workplace, um grupo de organizações de tecnologia e serviços profissionais que trabalham com o Facebook para adaptar o Workplace a várias empresas de todo o mundo. A Deloitte, o gigante da consultoria, já integra o programa. Este ataque relâmpago pode minar o crescimento do Slack, sobretudo no seio das grandes empresas, que podem preferir deixar a comunicação empresarial nas mãos de gigantes da tecnologia e não de start-ups pouco rentáveis.

Mas o Workplace não é o único rival do Slack…

Infelizmente para o Slack, a Facebook não é o único gigante tecnológico que está de olho no mercado das comunicações empresariais. A Microsoft, que ponderou comprar o Slack por 8 bilhões de dólares, decidiu recentemente transformar o Skype em um rival do Slack, com as “Skype Teams”. A plataforma – que será integrada no Office 365 – conta com muitos dos serviços mais conhecidos do Slack, como os canais, a partilha de ficheiros e as mensagens privadas.

Juntamente com os perfis e dados das empresas que comprou ao LinkedIn, a Microsoft pode evoluir e se tornar uma grande ameaça para os mercados das redes corporativas e de colaboração. Já tem uma base sólida para construir esse sistema – o Windows e o Office ainda são produtos muito usados pelos grandes clientes empresariais.

Há ainda outros rivais que deixam o mercado saturado de serviços do gênero, como o Atlassian (NASDAQ: TEAM), que conta com uma vasta gama de produtos de colaboração empresarial.

Concluímos que o Slack tem que investir muito dinheiro e se expandir de forma agressiva para manter o seu crescimento. Se não o conseguir, pode acabar por ser esquecido, enquanto os gigantes Facebook e Microsoft ficam com fatias cada vez maiores do lucrativo mercado.

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