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27 de Fevereiro de 2018

O ano passado foi, sem dúvida, o ano da Bitcoin (Bitcoin: BITCOIN) — com crescente interesse em torno da criptomoeda alimentando enorme corrida ao mercado. Uma das mais privilegiadas formas de investimento nas criptomoedas passou — e passa hoje em dia — pela aposta em um processo levemente regulamentado chamado ICO, ou Oferta Inicial de Moeda, através do qual uma start-up vende os seus tokens digitais para reunir fundos.

Há, porém, algum ceticismo em torno das ICO — ceticismo esse justificado: o Bitcoin.com, site de notícias focado nas criptomoedas, fez um levantamento junto das ICO que tiveram lugar em 2017 e concluiu que das 902 ICO monitorizadas pelo TokenData, 142 não chegaram a reunir financiamento e outras 276 não foram bem-sucedidas depois da captação de recursos. Falamos de um total de 418 ICO.

Em que consiste uma ICO?

Se trata de 46% de insucesso — mas há mais. O Bitcoin.com dá conta de outros 113 projetos a que dá o nome de “semi-falhanços”, situações em que as equipes desapareceram do radar ou a comunidade associada também desapareceu. Acrescentando essas 113 falamos, no total, de 531 ICO e de uma taxa de insucesso de 59%. O Bitcoin.com acrescenta ainda que o financiamento total dos projetos de 2017 que falharam correspondeu a 233 milhões de dólares.

Embora a taxa de insucesso possa não parecer ultrajante para os que estão familiarizados com start-ups, se trata de muito dinheiro desperdiçado. É uma conclusão perturbadora por, pelo menos, dois motivos:

ICO: guia para principiantes

Em primeiro lugar, a mania das ICO se fez sentir essencialmente na segunda metade do ano, se destacando que amplo número de fracassos teve lugar em uma questão de meses. Em segundo lugar, nem todos os projetos corresponderam a “fracassos”: muitos não produziram qualquer produto, um bom número provavelmente nunca teve essa intenção e alguns se trataram apenas de “golpes” com os seus fundadores desaparecendo com os fundos reunidos.

Analisando os números a cru, o Bitcoin.com peneirou os restos digitais de todas essas promessas quebradas. Alcançou uma conclusão sombria: “um cemitério digital” de “contas abandonadas no Twitter, grupos vazios no Telegram, sites já não hospedados e comunidades não acompanhadas.” As ICO não vão desaparecer mas se se sentir tentado a investir em uma se lembre destes números e fatos — e, mais importante, faça o trabalho de casa.

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