A Facebook ainda está recuperando do escândalo da Cambridge Analytica — mas tal não a impede de realizar grandes mudanças.
A gigante do mundo da tecnologia (NASDAQ: FB) anunciou esta semana que irá nomear novos líderes para vários segmentos da empresa — transferindo as responsabilidades dos seus executivos de longa data para foco na blockchain. Na verdade a Facebook vai dedicar uma equipe completa à tecnologia emergente.
David Marcus, executivo anteriormente responsável pelo Messenger, será o líder desse grupo. «Depois de quatro inacreditavelmente gratificantes anos liderando o Messenger, decidi que é altura de aceitar um novo desafio. Estou criando um pequeno grupo para explorar como alavancar a blockchain na Facebook, começando do zero,» afirmou Marcus.
Mas o que poderá a Facebook fazer com tecnologia que, na sua essência, se encontra em desacordo com a premissa de uma empresa centralizada como a Facebook? A blockchain tem dados armazenados em uma rede informática, enquanto a Facebook é uma empresa amplamente centralizada que detém os dados de 2 bilhões de usuários globais.
Não será exagero especular que a Facebook está levando as reações dos seus usuários sobre dados e privacidade a sério. Em janeiro, o seu diretor executivo Mark Zuckerberg avançou que os sistemas descentralizados — como as criptomoedas — poderão tirar o poder a sistemas centralizados e voltar a colocá-lo nas mãos dos usuários.
«No entanto, [as criptomoedas] vêm com o risco de serem mais difíceis de controlar. Estou interessado em aprofundar o estudo quanto aos aspetos positivos e negativos dessas tecnologias, e à melhor forma de usá-las nos nossos serviços.» — Acrescentou Zuckerberg.
Por outras palavras, poderá se tratar de movimento exploratório da Facebook para se manter no topo das tendências, mas também se poderá tratar de sugestão da possibilidade de a Facebook estar disponível para alavancar a tecnologia blockchain para ajudar os usuários a controlar e talvez até a monetizar os seus dados.